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Os limitis na adolescencia!:P

Lidia Arantangy, psicoterapeuta de casal e de família, afirma que todas as pessoas precisam de limites ao longo da vida. "Mas na adolescência essa questão fica aguda, porque o poder dos pais sobre os filhos diminui e há uma ampliação da disposição dos jovens em desrespeitar ordens".

Para impor limites, os pais precisam lidar com a própria dificuldade em tolerar a frustração dos filhos. Os pais acreditam que se o jovem fica frustrado é porque eles, pais, cometeram algum erro quando, na verdade, esse sentimento faz parte da bagagem humana. "É impossível ser um adulto completo e normal sem ter vivido a experiência da frustração e, por conseqüência, da tolerância", explica Lídia.

Para diminuir o conflito, os adultos devem explicar o motivo do "não". Mas, mesmo que não consigam convencer a criança, devem manter a ordem. "O não é uma palavra poderosa e forte, que não pode ser banalizada ou usada com impertinência. Mas quando utilizada, é necessário fazê-lo com tranqüilidade e convicção", acredita.

Se os pais tentam impor limites que não têm firmeza para sustentar, dificilmente conseguirão se fazer respeitar, o que também leva à perda do respeito. "Dizer que o filho nunca mais vai pegar o carro, por exemplo, é seguramente uma mentira. Colocar prazos impossíveis não serve como "rédea". Se eles não sabem até onde conseguirão sustentar determinada imposição, é preferível dizer: "você não vai sair de casa até segunda ordem", sugere a psicoterapeuta.

Os limites a que os adolescentes devem ser submetidos são aqueles relacionados à sua sobrevivência e saúde física e mental. Os conflitos geralmente acontecem porque os filhos querem ir além do que os pais recomendam ou desejam.

Lídia diz que o adolescente tem quase a obrigação de desafiar os seus limites, assim como faz parte da geração dos pais e professores tentar segurá-los o mais perto que conseguirem. "Felizmente nenhum dos dois é totalmente bem-sucedido. Se o adolescente fosse tão longe quanto acha que pode morreria antes de passar os genes para a geração seguinte. Se os pais conseguissem segurar os filhos tão perto quanto desejam, a civilização não avançaria. Desse confronto é que o mundo evolui. E a genética também", ironiza.

Capaz de lidar com as conseqüências?

A liberdade vai até o ponto em que o adolescente tem competência para arcar com as conseqüências. "Se ele não tem carta, pega o carro do pai e dá uma trombada, não tem como arcar com tudo o que vier a reboque: prejuízo, problemas com a polícia, etc. Então ele não tem essa escolha", afirma Lídia.

Os pais não precisam impor a que horas o filho deve dormir. Mas devem exigir garantias de que o filho não perca os compromissos que assumiu para a manhã seguinte. Se ele enrola e se recusa a levantar pela manhã, a psicoterapeuta afirma: "ele tem que acordar, nem que você precise fazer uma `operação resgate´ para tirá-lo da cama. Esse trato não pode ser transgredido".

É importante que o adolescente arque com as conseqüências de seus atos. E, em geral, os pais tentam evitar que isso aconteça, afirma Lídia. "Se ele corre o risco de repetir de ano, eles o transferem para uma escola mais fácil. Mas se perder o ano é o resultado de escolhas inadequadas do jovem, ele tem de receber da vida a lição de que seus atos têm conseqüências pelas quais ele mesmo terá de responder", ressalta. Se for sempre poupado, perceberá que os pais são capazes de remediar os prejuízos de suas escolhas e agirá sempre de acordo com seus desejos imediatos.

Drogas e namoro. Até onde ir?

De acordo com Lidia Arantangy, com relação às drogas, é obrigação dos pais orientar para que os jovens tenham condições de fazer escolhas mais adequadas: "a função dos pais e educadores é a de transformar os jovens de esponjas em filtros", alerta a psicoterapeuta. Assim eles sofrerão menos influências e tomarão suas decisões com mais competência.

Quanto ao namoro, os pais devem reconhecer e respeitar seus próprios limites. "Eles têm o direito de dizer que não se sentem à vontade quando os filhos passam a noite em casa com os respectivos namorados, ou que não querem encontrar no café-da-manhã pessoas com quem não têm intimidade, por exemplo" explica Lídia. Ela concorda, porém, que não adianta fechar os olhos para algumas atitudes: "muitos pais sabem que a filha transa com o namorado e fingem ignorar, até que ela apareça grávida. É melhor dizer que se sente incomodado com que está vendo ou até admitir não saber como lidar com o fato, mas deixar claro que você está percebendo o que acontece com seu filho. Pois só é possível fechar os olhos para o ato, não se pode ignorar as conseqüências dele", alerta.

Punição para reparar o erro

A punição tem que estar diretamente ligada à falta cometida. A psicóloga diz que o castigo não deve ser nem penitência nem vingança, mas sim uma possibilidade de reparação, de consertar o que foi malfeito.

Se o jovem não vai bem na escola, é aconselhável oferecer aulas particulares para ajudá-lo nas matérias em que sente dificuldade, e não simplesmente puní-lo pelas más notas. Proibir de assistir a TV, por exemplo, não adianta. "O castigo deve funcionar como a correção do erro no processo de aprendizagem. Se você não acertou um exercício de matemática, não adianta copiar 100 vezes a frase "não vou mais errar o exercício de matemática". Você tem de fazer exercícios de matemática até entender a forma correta", ensina Lídia.

Como impor limites sem ser o vilão

A psicoterapeuta diz que o melhor é ficar por perto, acompanhar seu filho e conhecer o mundo em que vive: assistir com ele aos filmes e programas de TV de que ele gosta, ler seus livros preferidos, manter-se próximo e atualizado. "Atitudes assim não garantem que o jovem não vá se meter em encrencas. Mas ajudam a entendê-lo antes que a encrenca se transforme numa catástrofe", explica. "Liberdade não é uma questão de ideologia, é uma questão de competência. Se os pais estiverem atentos a isso, ficará mais fácil estabelecer e defender os limites", conclui.